Das 120 empresas do ramo da construção civil que atuam no Amazonas, 20% ainda fazem o descarte de resíduos sólidos em locais impróprios, como terrenos baldios e áreas verdes distantes da zona urbana.
Desde o ano passado, empresas da construção civil, unidades de saúde e indústrias estão proibidas de descartar resíduos sólidos em qualquer lugar. Elas tiveram que se adaptar às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e ao Plano Diretor Municipal de Resíduos Sólidos, que obriga os produtores de “resíduos de terceiros”, a dar a destinação adequada ao material.
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), Frank do Carmo, disse que, hoje, a maioria das empresas já faz a seleção dos resíduos sólidos. “Parte delas tem a preocupação com o reaproveitamento dos resíduos, são poucas as que ainda insistem em praticar a irregularidade”, comentou.
O assessor jurídico da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), Eisenhower Campos, informou que, para que as empresas pudessem se adptar ao novo processo, houve um trabalho de conscientização junto à classe empresarial.
Campos afirmou que, desde abril, o aterro municipal de Manaus não recebe mais os resíduos sólidos provenientes da construção, hospitais e indústria. A medida representou uma redução de 40% de resíduos de terceiros, aproximadamente 80 mil toneladas de lixo ao mês.
Eisenhower Campos informou que já está em análise um estudo para dar o tratamento adequado aos resíduos sólidos no aterro municipal.
Reaproveitamento
O engenheiro civil Charles Menta, da construtora Aliança, informou que a empresa atua na construção de dez prédios e, em todas as obras, mantém o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que dá suporte às empresas coletoras de lixo que prestam o serviço terceirizado.
Charles Menta ressalta que outras experiências apontam que é possível gerenciar uma obra de maneira a reaproveitar até 100% dos materiais, a exemplo do cimento, usado na pavimentação de vias.
O engenheiro explica que o serviço é feito por meio das ‘baias’, uma espécie de caixa que facilita a separação e classificação de resíduos sólidos como gesso, ferro, plástico, madeira e tijolos. “Esse tipo de trabalho é feito para que todo esse material seja reaproveitado e, até mesmo, para evitar que recebamos multas por misturar incorretamente os resíduos ao material descartado”, explica.