Dois contêineres estão chamando a atenção dos moradores do Jardim Paiquerê, em Valinhos. Mas eles não estão com carga para ser transportada.
Ambos viraram a residência e o escritório da arquiteta Carla Dadazio, de 34 anos. A estrutura tem visual moderno e é ecologicamente correta. Ela conta que as pessoas chegam a tirar fotos e até a pedir para entrar e dar uma olhada no interior.
Carla diz que alugou o terreno e uma das exigências do proprietário foi que ela teria que retirar tudo que tivesse instalado quando deixasse a área.
“Pensei em algo que eu pudesse levar embora depois”, diz. O escritório, instalado há um ano na parte debaixo, com duas salas e dois banheiros, é dividido com o também arquieteto Ruan Lacerda, de 24 anos.
Em cima fica a casa, com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, para onde ela se mudou em janeiro junto com seu cão, Fred. “A vantagem é a rapidez. Em três meses, fica pronto”, afirma.
“Além de ser uma obra limpa, sem uso de madeira e sobra de material.” Cada contêiner marítimo tem 30 m² e pode ser comprado em depósitos de descartes ou empresas de locação. “Mas precisa ser do tipo HC, que tem altura de 2,70 metros, para a Prefeitura aprovar o projeto”, explica.
Um contêiner custa cerca de R$ 7 mil, mas o total de cada estrutura é de cerca de R$ 30 mil, com transporte, base e adaptações de hidráulica, elétrica e pintura.
Como a estrutura é quente, é bom instalar isolamento térmico e ar-condicionado. “Aí fica em cerca de R$ 36 mil”, diz. “Mas a economia chega a 30% de uma construção comum.”
Barão Geraldo
Morar em casas de aço não é novidade, mas ainda é raro e desperta a curiosidade. Os irmãos comerciantes André, de 35 anos, e Ademar Hernandez, de 30, moram há um ano e meio em duas suítes de 15m² cada, instaladas no fundo do bar que são donos, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas.
Cada suíte custou R$ 10 mil, com revestimento de gesso, isolamento térmico, piso e tudo mais. “Valeu cada centavo”, garante André. “Todo mundo quer olhar e se surpreende com o acabamento.”