A devolução pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de mais R$ 200 bilhões ao Tesouro Nacional, como sugerido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pode achatar os investimentos no País e reduzir o papel do banco na economia, disse um representante dos funcionários da instituição.
Em seu primeiro discurso depois de ser empossado como ministro, Guedes defendeu a devolução dos recursos ao Tesouro e o que ele chamou de desestatização do mercado de crédito no País.
"É inviável, é equivalente a falar que vai acabar com o BNDES", afirmou o vice-presidente da Associação de Funcionários da instituição, Arthur Koblitz. "Está todo mundo muito preocupado, a gente não quer acreditar que quem vai assumir a diretoria do banco vai assumir com essa agenda", disse. "Se esses R$ 200 bilhões acontecerem (forem devolvidos ao Tesouro) é para liquidar o BNDES."
O banco de fomento ainda deve R$ 270 bilhões à União, por empréstimos que recebeu de governos petistas para sustentar seus programas. Desde 2015, contudo, o BNDES vem antecipando esses pagamentos. A liquidação já soma R$ 310 bilhões, sendo que R$ 130 bilhões foram devolvidos só no ano passado.
O novo presidente do BNDES, Joaquim Levy, tomará posse na segunda-feira. Indicado ao posto por Guedes, ele é conhecido pelo alinhamento intelectual com o novo ministro. Ambos têm doutorado na Universidade de Chicago, considerada o templo mundial do liberalismo econômico.
Guedes disse que o encolhimento do banco fará com que a vida fique um pouco mais difícil "para quem vivia à sombra do Estado". Ele também apontou que, ainda que menor, o BNDES será "muito mais importante qualitativamente".
Fonte: UDOP