A China está disposta a aumentar suas importações de produtos agrícolas e industriais do Brasil para melhorar o comércio bilateral, afirmou nesta sexta-feira o vice-premiê chinês, Hu Chunhua, em meio à visita do presidente Jair Bolsonaro ao país.
Hu, em um seminário em Pequim, também disse que os dois países podem aprofundar a cooperação em áreas como infraestrutura.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e maior fonte de investimento estrangeiro. No ano passado, o comércio bilateral cresceu para um recorde de 100 bilhões de dólares.
Bolsonaro, que também participou do seminário, está na China para marcar o 45º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países.
Brasil e China fazem parte do grupo dos Brics de principais economias emergentes, ao lado de Rússia, Índia e África do Sul. A China vem dizendo que os países dos Brics precisam fortalecer sua união, aumentar a cooperação e defender o multilateralismo.
"O mundo está enfrentando sérios desafios do unilateralismo e protecionismo, colocando pressão sobre as principais economias conforme aumentam a incerteza e a instabilidade", disse Hu.
"China e Brasil, como duas importantes economias, deveriam aumentar a comunicação e cooperação para enfrentar esses desafios e materializar o desenvolvimento compartilhado."
O Brasil está confiante de que autoridades chinesas irão conceder autorizações para mais exportadores brasileiros de carne antes que o presidente do país asiático, Xi Jinping, visite o Brasil no próximo mês.[nL2N27910X]
Discussões entre uma delegação brasileira na China e autoridades locais nesta semana também trataram da demanda por commodities brasileiras como açúcar, algodão e etanol.
Os dois países ainda estão discutindo "um protocolo" para a exportação de soja brasileira. O Brasil é o principal fornecedor de soja da China, mas tem tido dificuldades para aumentar a comercialização de farelo de soja com o país asiático.