A expectativa dos consumidores brasileiros para a inflação nos 12 meses seguintes recuou 0,2 ponto percentual, de 5,3% em julho para 5,1% em agosto, segundo pesquisa mensal divulgada nesta quarta-feira (21) pela FGV.
"A trajetória favorável da inflação observada nos últimos meses continuou a influenciar positivamente a expectativa dos consumidores em todas as faixas de renda. Contudo, a elevação do preço da energia elétrica em julho e agosto e a diminuição do ritmo de queda dos preços de alimentos podem ter se colocado como obstáculo para uma redução maior das expectativas, principalmente na primeira faixa de renda, que apresentou alta", afirma Renata de Mello Franco, economista da FGV IBRE.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, recuou em julho para 3,22% em 12 meses, ante os 3,37% registrados em junho, permanecendo bem abaixo da meta de 4,25% definida pelo governo para o ano.
Os analistas do mercado financeiro baixaram a estimativa de inflação para este ano de 3,76% para 3,71%, segundo o último boletim Focus do Banco Central.
A parcela dos consumidores ouvidos pela FGV que projetam valores acima da meta de inflação para 2019 (de 4,25%) aumentou de 37,7% em julho para 43,4% em agosto, a maior nos últimos seis meses. Enquanto isso, a proporção de consumidores projetando valores dentro dos limites superior e inferior da meta de inflação para 2019 (entre 2,75% e 5,75%) variou 0,2 ponto percentual (p.p.), para 57,8%.
Na análise por faixas de renda, a maior queda em agosto nas expectativas para a inflação ocorreu entre as famílias com renda familiar mensal acima de R$ 9.600,00, cuja taxa mediana diminuiu 0,4 p.p., para 4,1%. Somente para os consumidores de renda até R$ 2.100 houve alta no valor, de 0,1 p.p., para 6%.