As autoridades do Federal Reserve já começaram a responder ao coronavírus com um corte emergencial na taxa de juros e a reabertura de seu kit de ferramentas para crises, tudo sem uma ideia clara de que dano está sendo causado fora dos mercados financeiros em queda.
Além de provavelmente reduzirem ainda mais a taxa na próxima reunião agendada para terça e quarta-feiras, eles terão que oferecer suas próprias melhores estimativas das consequências econômicas do surto.
Isso porque a cada trimestre todas as autoridades precisam fornecer previsões individuais quanto ao crescimento econômico, a taxa de desemprego, a inflação e a taxa de juros para o final do ano em andamento, bem como para os próximos dois ou três anos e para o longo prazo.
"Acho que o mais importante será a dispersão de pontos de vista", disse Torsten Slok, economista-chefe do Deutsche Bank Securities. "Este é um Fed onde existe um amplo acordo?"
O banco central dos EUA cortou a taxa de juros em 0,5 ponto percentual, para 1% a 1,25%, em uma medida de emergência há pouco mais de uma semana.
Na conclusão da reunião da próxima semana – se não antes -, o Fed tende a anunciar uma redução adicional nos custos de empréstimos em até 0,75 ponto percentual, com os mercados financeiros prevendo que o Fed será forçado a reduzir a zero até abril para impulsionar a economia.
A velocidade com que o surto de coronavírus alterou as decisões governamentais e de negócios que poderão impactar a economia dos EUA, bem como a profunda incerteza sobre quão severos e duradouros serão os efeitos, tornam as previsões mais difíceis do que o habitual.