A produção nacional da indústria aumentou 1,1% em 2018, porém abaixo do desempenho de 2017, que fechou em 2,5%. Foi o segundo resultado anual positivo consecutivo, após sucessivas quedas entre 2014 e 2016. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada hoje pelo IBGE.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, apesar de a taxa ter sido positiva no acumulado do ano, a indústria perdeu ritmo nos últimos meses de 2018. O quarto trimestre, inclusive, fechou com queda de 1,1% frente ao trimestre anterior. "Atividades como alimentos, metalurgia e bebidas, que mostraram comportamento positivo no início do ano, perderam intensidade ao longo dos meses", explica Macedo.
Ainda no acumulado do ano, entre as categorias econômicas, bens de consumo duráveis, 7,6%, bens de capital, 7,4%, e bens intermediários, 0,4%, registraram taxas positivas, enquanto bens de consumo semi e não duráveis caíram 0,3%.
"O crescimento em bens de capital foi influenciado principalmente pelo aumento na produção de caminhões e materiais de construção. Já bens de consumo duráveis foi beneficiado pela expansão na produção de televisores impulsionada pela Copa do Mundo", comenta.
Em relação a novembro, a produção aumentou 0,2% em dezembro, com influência do setor de alimentos, que cresceu 1,5%. Já a queda mais significativa veio do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 3,1%. Houve queda de 3,6% com relação a dezembro de 2017.
Indústria automobilística exerce maior influência positiva no ano
Entre as atividades, o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, com acumulado no ano em 12,6%, exerceu a maior influência positiva para o desempenho da indústria em 2018, seguido dos ramos de metalurgia (4%) e de celulose, papel e produtos de papel (4,9%).
"Embora tenha perdido intensidade nos últimos meses do ano, o setor automobilístico, em 2018, foi especialmente favorecido pela maior demanda do mercado argentino", diz o gerente da pesquisa.
Por outro lado, quedas nos setores de alimentos (-5,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,3%) e de couro, artigos para viagem e calçados (-2,3%) seguraram o resultado do ano.
"Boa parte do recuo no setor de alimentos se deve à diminuição na produção de açúcar em prol do etanol, que tem sido mais vantajoso para as usinas", conclui Macedo.