Sinais positivos na economia

Há novo cenário na economia brasileira, marcado pela queda de juros, baixa inflação e contas externas ajustadas. Ele é favorecido ainda pela aprovação da reforma da Previdência, que indica o início de processo efetivo de ajuste das contas públicas no País. Como consequência desses fatos, o risco-país, que funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores em relação às economias, notadamente as emergentes, caiu ao menor patamar desde 2013.

O risco país é medido principalmente pelo desempenho do CDS (Credit Default Swap), que vem caindo de forma contínua e chegou a 117 pontos, o menor valor desde maio de 2013, antes, portanto, dos protestos que marcaram o início da turbulência política no Brasil. Naquele momento, o País tinha o selo de bom pagador concedido pelas agências de risco S&P, Fitch e Moody´s, ainda não recuperado, outra chancela acompanhada por investidores estrangeiros para decidir aplicações em países mais arriscados.

A notícia é positiva, e indica trajetória nítida de recuperação. A taxa de juros básica da economia caiu a 5%, e analistas já vislumbram a possibilidade dela cair ainda mais em 2020, chegando a menos de 4% . Isso abre perspectivas cada vez maiores para investimentos em ações, ativo de risco, mas que podem proporcionar ganhos maiores nas aplicações.

As emissões de companhias brasileiras no mercado de capitais doméstico devem superar R$ 300 bilhões neste ano, um recorde para o País, e o maior crescimento vem da oferta de ações. De janeiro a setembro, elas somaram R$ 57,6 bilhões, enquanto durante todo o ano de 2018 foram R$ 11,5 bilhões.

Embora o avanço tenha sido em relação a uma base de comparação fraca, concentrando-se mais em empresas já listadas na Bolsa (com pequeno movimento de abertura de novas operações, os IPOs), ele reflete a queda na taxa de juros e o novo posicionamento do BNDES, com forte redução do crédito subsidiado, e consequente sinergia com o mercado de capitais.

O mercado imobiliário também se beneficia da nova situação. O financiamento de imóveis vem crescendo: segundo a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em setembro o volume chegou a R$ 7,59 bilhões, maior valor mensal desde maio de 2015, 13,2% acima de agosto e 54,5% superior ao que foi registrado em setembro de 2018. No acumulado do ano, já foram aplicados R$ 54,7 bilhões no financiamento para aquisição e construção de imóveis, com crescimento de 34,1% na comparação com igual período de 2018.

A maior confiança dos empresários do setor é confirmada pelas vendas, que vêm crescendo, com 207,7 mil imóveis financiados neste ano no País, alta de 28,1%. Juros baixos e estabilidade econômica explicam o fenômeno, e espera-se que o movimento possa se acentuar em 2020.

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